sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Camuflagem

05 de novembro de 2010
“Em noites de lua nova, no meio do mato,
sem lanternas nem fogueiras, todo o gato é pardo".
Assim é o ditado original, completo. Engraçado como o tempo se encarrega de transformar, diminuir. Ao meu estilo, vou fazer um arrodeio.... mais um.
O treino de corrida de ontem foi a noite. Preferi não ser alvo das atenções. De noite, todo gato é pardo...  O calor que fez durante o dia prometia chuva pesada mais tarde. E os raios que clareavam o céu das bandas do sul pareciam que eu acertaria a previsão – chuva a noite toda. Mas mesmo com tanta “quintura” e raios, vi que sou um mané em meteorologia angolana. Alex, nosso motorista riu quando contei que fiquei com medo dos trovões e interrompi o meu treino com 40 minutos. Disse que a chuva vem sempre do leste. Não entendi o porque, mas vou pesquisar. A sabedoria popular não erra...
Como o post começou tratando de camuflagem, quero discutir isso sob uma ótica diferente.  Hoje recebi uma mensagem de um velho colega de escola, Paulo Sérgio Amorim Dantas, o Peixe. No início era Peixe Frito. Ganhou esse apelido por conta de contravenções escolares. Coisa leve hehehe. Peixe Frito, o original, era um bandido famoso na Bahia, frequentou muito as páginas policiais. Tá explicado o apelido.
Passei anos sem ver ou falar com Peixe. Depois que saímos da escola perdi o contato com e  tantos outros amigos. Me afastei de Rogério Braga, Marcos Fonseca (Beleza), Iuri Silveira (Sr. Keké), Diógenes Gama (Doca), Ivan Bastos, José Henrique Andrade. E muitos outros. Hoje tenho consciência que a própria dinâmica da vida nos afastou.  Porém, cabe a nós não permitir essa camuflagem. Estar perto mas não estar junto. Estar perto sem ser visível. Deixei uma distância enorme surgir entre nós. E isso não vale somente para amigos. É tão comum nas famílias.
Não devemos nos arrepender do que fizemos. Tá feito. Precisamos nos preocupar é com o que deixamos de fazer! Que me perdoe Zeca Pagodinho, mas não dá para deixar a vida nos levar. É preciso saber viver! É bem melhor! E com os amigos e família por perto então....
Pois bem, um dia, nos corredores da FTC encontro com Peixe. Todo de paletó. Pensei que ele também estava dando aulas. Que alegria! Tive vontade de sentar e conversar com meu amigo sem hora para acabar. Gosto demais desse cara!! Sempre teve uma espirituosidade e uma criatividade incrível. E nunca perde a piada. Na época ele já era advogado, e trabalhava na Rede Bahia. Mas se apaixonou pela propaganda e pelo “clima” de uma empresa de comunicação. Decidiu voltar à faculdade e estudar novamente. Estava fazendo Publicidade. Porém, como estávamos em intervalo, eu indo dar aula e ele assistir aula, tive que cair fora. E mais uma vez, fiquei sem saber notícias do meu amigo. Penso que poderia ter sido mais cuidadoso com aquele momento, estávamos todos os dias no mesmo espaço físico e não procurava pelo cara. Isso deve ter sido em 2004 ou 2005.
Viva as redes sociais! Viva o Facebook!!!! Olhem como a vida é engraçada. Vivi todo tempo em Salvador, tão próximo dos amigos, e não falava com eles. Não sabia por onde andavam, como estavam as suas vidas. Hoje, tão longe de casa, vou aos poucos reestabelecendo minhas relações e fazendo algo tão simples e que às vezes nos esquecemos – procurar as pessoas, futucar os amigos.
Só no Facebook encontrei quase todos que citei lá em cima. E aos poucos, vou montando novamente meu network. O Facebook é massa!

Paulo Dantas 05 de novembro às 00:22 Denunciar
Forest Gump!!! Adorei o blog, parabéns! Não consegui comentar lá, mas vou continuar acompanhando. Um Beijo, irmão. Peixe.
Obrigado por essas e todas as suas outras mensagens Peixe. Você continua o mesmo, ácido, áspero, bandido. Mas tem um defeito, é Vitória. “Estamos Juntos!”, como se diz aqui em Angola. “...e misturados”, como nos guetos de Salvador.

Joguem fora as suas camuflagens. Por favor.

Um comentário:

  1. pronto, agora vou acompanhar suas andanças angolanas. um grande e saudoso abraço do colega, Sérgio Sobreira

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