Desde que o mundo é mundo, sempre tem algum lugar em guerra. E na grande parte das vezes a religião está por trás, motivando a pancadaria. Enquanto gostos e preferências não forem respeitados, não teremos paz total no planeta. É como escrevi ontem, basta descomplicar o complicado, tolerar o intolerável, compreender o incompreensível. Simples!
Discutir religião é complicado. Vamos descomplicar! Vou falar de questões mercadológicas e religião. O marketing religioso ocupa um espaço importante hoje no marketing institucional, que é a área de estudo do marketing no campo das ideias. O que se vende não é um produto ou um serviço, mas um pensar, uma imagem, uma crença. Igual ao marketing político.
Apesar de ter vivido muito recentemente um período de guerra, o povo de MBanza Kongo dá show de tolerância religiosa e paz. O clima de cidade pequena, onde as pessoas se conhecem é muito legal. Totalmante diferente de umas e outras, onde o que mais importa é a vida dos outros. Aqui é cada um no seu quadrado. E nos domingos a fé ferve.
Se algum ex-aluno ler esse texto de hoje vai lembrar que toquei nesse assunto nas nossas aulas de marketing.
Não sei se vocês sabem, mas Edir Macedo, o big shot da Igreja Universal, foi diretor de marketing da Xerox do Brasil por quase uma década. E como homem de mercado, sabe que se posicionar e apresentar diferenciais são chave de sucesso. Brinco sempre dizendo que todos nós somos clientes em potencial da Universal – o slogan deles, para os não-fiéis, ou na língua do marketing, para os prospects é “Pare de Sofrer!”. É fantástico esse slogan, adoro! Parafraseando o presidente, nunca na história desse país se criou um slogan tão certeiro. Totalmente inclusivo! Todos nós sofremos, de uma forma ou de outra. Problemas de saúde, de saudade, falta ou sobra de dinheiro, afetivamente, solidão, perdas e por aí vai. Êita que vai ter gente dizendo que não há sofrimento com sobra de dinheiro!!!!! Vamos aguardar.....
E o bispo e sua igreja crescem a passos largos, com o suporte das ferramentas mercadológicas. O cara dá aula prática!!!!! Sabendo que a comunicação é a ferramenta mais importante do marketing, o que ele fez? Comprou a Record e tem uma máquina de comunicar. Aqui em Mbanza Kongo, no fim do mundo, tem dois templos e a Record Internacional é muito popular. Já falei que aqui Mutantes é mais vista do que Passione? Então fiquem sabendo.... IURD é igual a Coca-Cola, em todo lugar se acha!!! Presente sempre!
Eu poderia escrever páginas e mais páginas sobre exemplos do uso do marketing pela IURD, e a falta dele pelas outras crenças. E os resultados mostram a eficiência da ferramenta. É inquestionável.
Volta para Angola..... pois bem, hoje conversei muito com um padre professor, que dá aulas lá no Instituto. Um cara jovem, culto, estudou no Porto, Portugal. E de uma linha mais moderna da Igreja Católica.
Falei que estudei em colégio de Jesuítas. A primeira coisa que ele me disse foi que a comunidade católica faz piada, dizendo que existem somente três coisas que Deus não sabe. Ele não sabe quantas congregações católicas femininas existem, quanto dinheiro os Salesianos têm e não sabe tudo que os Jesuítas sabem. E se acabou de rir com essa piada sem graça... Mas o assunto é sério, porque não adianta saber muito e não usar o que sabe.
Disse ao padre que achava interessante a Igreja Batista daqui fazer um culto na língua nacional, o kikongo. E ele falou que na igreja dele também fazem missa em kikongo. Show de incompetência mercadológica. Se oferece isso tem que informar, comunicar. Aí está o grande erro da Igreja Católica. Na Batista tem uma placa informando. A Igreja Católica não sabe se vender. E olhe que isso é uma coisa fácil de fazer, pois todos nós sofremos!!! E buscamos algo superior para nos amparar.
Um axé!
Notas:
1) Esse assunto me interessa muito. Sei que falar sobre crenças é difícil. Mas continuarei a provocar o debate. Hoje, o propósito foi esse.
2) Estou indócil porque não consigo informação sólida sobre o Candomblé. Estou começando a achar que tem “coelho nesse mato”. Sinto que os angolanos não gostam de falar sobre “feitiçaria”. É assim que eles tratam as religiões matriz. Ainda chego lá.
3) No marketing existem duas situações valorizadas. Uma é “Sair na frente” e a outra é “Estar na frente”. Quem sai na frente tem vantagem. Os Jesuítas saíram na frente. Edir Macedo está na frente. Captaram?
4) A discussão é mercadológica. Mas só para esclarecer, sou um ex-cliente católico e simpatizante da Doutrina Espírita. E não fui um prospect captado pelo uso da ferramenta de comunicação cinema, com os filmes Chico Xavier e Nosso Lar!!! Mas vejam como a comunicação é importante!!!! Tem é gente se dizendo espírita....
5) Saudades do Joanna de Angelis. Me faz muito bem....
Amigo,
ResponderExcluirGrande comentário, realmente a IURD é um case fantástico de MKT, comunicação e venda do seu produto.
Vc certa feita me disse que o ano só começa para o itapagipano no dia da lavagem do Bonfim, olha eu de novo com minhas lembranças centenárias, quando começará para os devotos da IURD?
Já comentei lá na Basílica do grande produto que é o Bonfim, e que poderiamos vender esse produto de forma muito melhor e reverter essa renda para os nossos trabalhos comunitários, mais convercer aqueles dinosauros é complicado, lógicamente excluíndo Daniel, rs,rs,rs,rs.
Olhe a meta do dia 19/12, menos de 55. KKK.
O bloq está cada vez melhor.
Forte abraço,
Jorge William
Como a vida é engraçada, o Centro espírita jonanna di Angellis que Heitor se "amarra"
ResponderExcluire sente muita falta, não utiliza nenhuma ferramenta de comunicação para atrair fieis (ainda bem). Marketing do Joanna? Só se for para os desencarnados! A casa simples e discreta entrou na sua vida porque era para ser assim. Religião de coração, nasce na alma, não precisa de grandes ferramentas de marketing. Jesus não precisou de marketing para multiplicar seus ensinamentos, precisou? Deixa os produtos religiosos para a IURD, Basílicas,etc...
Se dizer espírita é muito fácil. Difícil é seguir os ensinamentos simples que o nosso amigo e mestre nos ensinou!
Muito bom...
ResponderExcluir