sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Política de Pojuca, um bolo doido.



Minha relação com Pojuca é muito, mas muito antiga. Minha família já está por aquelas bandas há algumas gerações. A fazenda do meu pai foi do meu avô, que herdou dos meu bisavô e por aí vai. Como diz meu amigo Ney Cacim, "eu cresci meus dentes no lombo do cavalo". Construí sonhos, desfiz projetos e idealizei novos caminhos pelos espaços da nossa Fazenda Pau D´Arco. 

Não tinha como não gostar dessa cidade e da sua gente. Tenho amigos por lá, muitos conhecidos, alguns admiradores e uns poucos que não gostam de mim. Tendo atuado na política de forma ativa, seria difícil não ter alguns desafetos. Isso já me incomodou, mas hoje não ligo pra essa bobagem. Tô em outra vibe, feliz no meu trabalho e começando um projeto grandioso e desafiador em outra cidade em 2013. Mas quero bem a Pojuca...

Hoje, a cidade não tem prefeito. Quem ganhou a eleição não levou. E quem levou, pelo que está se desenhando, também não vai levar. Independente do que irá acontecer, eu tenho a minha opinião. Isso tudo tem causas, vou enumerar algumas:

1) Despreparo dos gestores. Onde quer que seja, os governos necessitam de equipes técnicas, que administrem a cidade como se administra uma empresa. Ou é assim, ou faz besteira. Em Pojuca, se conta de dedo quem era técnico nas últimas gestões. O tempo passou e ninguém se deu conta de que não dá mais pra governar uma cidade como se governava no século passado....

2) Falta de planejamento. Também não dá mais para gerenciar uma cidade sem planejamento. O barco fica sem rumo. Vira bolo doido. As últimas gestões em Pojuca foram o retrato da falta de planejamento.

3) Arrogância e prepotência. Tem tempo que o poder na cidade vem se alternando na mão de dois grupos adversários. A política polarizada é um risco grande, pois inevitavelmente uma parte estará por cima e a outra estará por baixo. E pobre de quem estiver por baixo - será perseguido, maltratado, violentado. Isso é um absurdo, afinal, a eleição é para decidir quem vai governar a cidade e não um grupo! Os prefeitos e prefeitas se contaminam com o espírito da perseguição, adotam posturas arrogantes e prepotentes, achando que o poder é perpétuo. Doce ilusão...

4) Falta de opção. As pessoas permitiram que esses dois grupos se mantivessem fortes ao longo de tantos anos, justamente por não se permitirem enxergar que a renovação é fundamental para a democracia. Acorda minha gente!!!! O resultado das urnas mostrou que a insatisfação pode ser um agente de mudança. Mas eu falei M-U-D-A-N-Ç-A!!!!! Mudar não é somente votar contra. É pensar em novos rumos, novas opções. E vocês têm que concordar que nessas eleições não se votou na mudança e sim na alternância, certo?
  
Mesmo esperando que a decisão definitiva da Justiça seja rápida, a bronca pode se arrastar e no final das contas, quem sofre é a população. Vivi de perto o mandato de 2005-2008, momento em que a cidade não avançou por conta da briga na Justiça. Um mandato dividido, que como resultado não somou em nada, muito pelo contrario, só subtraiu.  

Pojuca clama por novas ideias, novos líderes, novos grupos. Tá na hora de começar a criar essas novas possibilidades!!! Que 2013 possa trazer horizontes menos nebulosos para essa cidade e para sua gente. Estou em outro contexto, começando um planejamento de longo prazo na prefeitura de um outro município. Mas estou atento às minhas raízes. Se alguém quiser pensar 2016 em Pojuca, o pontapé inicial é agora! Se vocês idealizam novidades, eu me proponho a colaborar. Mas na boa, só me chamem se for pra pensar algo novo, ok? 

Um axé!


quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Diga que valeu. Valeu o que mesmo?


Eu não tinha como ficar calado. Como morador, amante e admirador da minha cidade, me sinto na obrigação de falar!

Vi a campanha na TV e não acreditei. Achei que pudesse ser uma alucinação pós-maxixada no almoço. Corri pro Youtube pra assistir novamente. Vi mais uma vez. Outra. E continuo sem acreditar! Valeu o que????

Assista aí:


Sempre ouvi dizer que o prefeito era um cara preparado, capaz. Mas para se chegar lá, às vezes é preciso fazer acordos. E quando esses acordos passam por lotear o governo, a gestão fica sem controle, ou como se fala aqui na cidade da Bahia, uma carreta desgovernada. E foi exatamente isso o que aconteceu. Um governo sem uma linha, sem um padrão. Tudo junto e misturado. Um bolo doido!!!

É por essas e outras que cada vez mais estou certo de que é FUNDAMENTAL ter alguém que pense o governo. É por isso que a figura do consultor político é sim uma necessidade para políticos que querem fazer uma carreira vitoriosa. Tem que ter alguém que possa cuidar da gestão, que cada vez mais tende a ser técnica, profissional. Alguém que olhe com atenção para a imagem e a opinião pública. 

Uns dizem que o guia de 2013 será Obaluaiê. Outros falam que o ano é de Iemanjá, com a ajuda de Iansã e Oxaguian. Seja lá quais forem as forças que irão nos conduzir no ano novo, que elas possam nos ajudar a reconstruir nossa cidade, nossa casa, nosso Ilê.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

"A verdade vem à tônica"



Acompanhei de forma atenta o processo eleitoral. De várias localidades, de vários ângulos. Não me surpreendi com a grande maioria dos resultados. E o melhor - validei a tendência de que o perfil do eleitor irá melhorar (sim, irá melhorar!). Pra quem trabalha com a convicção de que só existe estratégia política amparada por pesquisa, por ciência, essa é uma constatação incrível! Sinal de bons tempos, de um futuro cheio de campanhas e governos inteligentes. 

Fiquei triste com os resultados de dois amigos, candidatos a vereador "de primeira viagem". Achava que uma conhecida, vereadora de alguns mandatos, poderia repetir a dose, mas não deu para ela. Fiquei feliz por um ex-aluno, agora vice prefeito eleito em uma campanha de tostão, disputando contra o milhão. Campanha é assim.... o que importa é o caminhar firme e constante.

Mas nessa eleição tivemos um novo "personagem". E vou pedir permissão ao candidato do PT de Salvador para usar uma "pérola" da sua autoria - a verdade que vem à "tônica". A minha com limão e gelo, por favor!!!!! 

Quem me conhece sabe que sou um cara que nunca trago paixão pros meus trabalhos. Às vezes, por conta dessa postura, chego a ser interpretado de forma errada, distorcida por quem me contrata. Trato os fatos e os cenários na política com a frieza de Jack, o estripador.... 

Vou generalizar. Em várias cidades, por conta da Lei da Ficha Limpa, uma novidade nessas eleições de 2012, poderá acontecer um fato chato para todas as partes envolvidas. Um candidato pode ganhar e não levar, enquanto que o outro pode levar sem ter ter ganho. Estranho isso! A cidade pode não ter o prefeito ou prefeita que elegeu, e o poder ficar com quem não teve a preferência do eleitorado. O município deixa de ganhar um gestor ficha suja mas recebe em troca um outro sem aprovação popular. Eu hein? Imagine isso na cabeça do eleitor. E olhe que não é pequeno o volume de cidades do Brasil que está nessa situação!!

O que concluímos desse "bolo-doido"?  

1) Na próxima eleição é bom ficar atento aos políticos que têm problema na Justiça. A presidente do TSE repetiu isso em várias entrevistas. O melhor é evitar votar em ficha suja.
2) Se o prefeito está no poder e quer se manter lá, precisará contar com a aprovação popular. Em marketing não tem mistério, basta fazer o que o povo espera. E como saber o que é esperado? Só tem uma resposta - PESQUISA. Sem monitorar as informações os cenários passam a ser grandes interrogações. Não precisa ter bola de cristal para adivinhar o que acontece com quem governa no "achômetro". Ou precisa?????
3) Finalmente o que venho defendendo desde que atuo na área vai começando a ser percebido - campanha se faz de forma permanente, e não somente na época das eleições. Quem deixa para tentar construir uma imagem na cabeça do eleitor somente na época da campanha, em cima da hora, corre o sério risco de jogar dinheiro e tempo fora, sem contar com a sua marca, que a essas alturas já foi para as cucuias.

No segundo turno eu opino, com a mesma frieza de sempre...

E quem quiser me contratar para as eleições de 2016, já posso enviar  propostas! Ops, antes disso tem 2014....

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Peru de fora....




Vou contrariar o ditado português que estabelece que "Peru de fora não se manifesta". Não sou de me calar, muito pelo contrário... Peru de fora opina, critica e ainda faz previsões!!!


Estou envolvido em processos eleitorais desde sempre. Aprendi o pouco que sei de marketing político, ainda como estudante da graduação, na campanha para presidente que mudou a cena da política deste país. Tenho 100% de aproveitamento nas campanhas de prefeito, vereador e defensor público geral que dirigi. E não foram poucas. Participei de campanhas de governador e senador fora da Bahia, todas vitoriosas. Conduzi pesquisas de intenção de voto (perdi as contas de quantas) e nunca errei, pois sempre fui profissional e rígido com a metodologia e com a ciência. Formo um trio de trabalho com duas pessoas fantásticas e importantíssimas nesse processo. Uma é Cissa Marback, minha esposa, jornalista de formação, um poço de criatividade e competência, uma capacidade monstruosa de conectar ideias e transformá-las em textos precisos e ajustados. A outra é Ney Cacim, meu amigo, ex-dentista, advogado, dinossauro da política estudantil. Uma máquina de pensar estratégia (principalmente as belicosas!), capacidade absurda de negociar e articular. Os quilômetros rodados me habilitam a dar a minha opinião. E vou começar a fazer isso agora!

Nessas eleições fiz apenas algumas pesquisas. Orientei alguns candidatos, amigos ou pessoas que penso merecerem a minha atenção. Mas não fui contratado por nenhum candidato. Tenho alguns palpites: 

1) fiquei caro;
2) os canibais atrapalharam;
3) os candidatos retrocederam e voltaram a achar o marketing político desnecessário.
Prefiro descartar a primeira opção, pois se evolui, o meu preço não pode ser o mesmo sempre. Certo?

A segunda alternativa é real, muitos bureaus de comunicação visual "atravessaram" os profissionais de marketing político e jogaram os preços lá pra baixo. Quem apostou nesse tipo de "consultoria" tá pagando pouco e vai ter em troca pouco. Aí não via dar mais tempo de reclamar.... anotem aí, vai ter gente chorando depois do dia 07-10... Não dá para comprar um Fusca (com todo respeito, eu adoro!!!) e esperar dele desempenho de Ferrari, óbvio!

Arrisco dizer que o terceiro ponto é quase uma afirmação. Tem candidato aí que acha que sabe tudo, que pode dar uma solução doméstica, se acham verdadeiros generais, conhecedores de estratégia em elevadíssima profundidade. Esses vão naufragar. Não dá para ser político e profissional de marketing político ao mesmo tempo. 

Só que o bicho vai pegar. O perfil do eleitor vem mudando. Os políticos não se deram conta. O trabalho de marketing político não é temporário, é permanente! Eles também não se deram conta! As campanhas, por conta do meu segundo palpite, ficaram todas iguais e frágeis. Eles não se deram conta. Errar na eleição, além de custar caro, custa o cargo ou pelo menos 4 anos afastado do poder, o que pode, inclusive, ser o "golpe de misericórdia", a "pá de cal" na carreira de um político. E definitivamente, um monte deles não se deu conta disso.

Mas uma coisa podemos combinar: a eleição é dia 07, domingo; na segunda eu já posso emitir propostas para as eleições de 2016 para qualquer candidato a prefeito do território nacional. E quem sabe começar a trabalhar já na terça! Porque campanha tem que ser permanente. E quem faz marketing político é profissional de marketing político. Ok?


segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Por favor, alguém chama Mário?


Preciso perguntar um negócio pra ele....

Até gosto de Mário Kértesz. Acho ele um cara inteligente, espirituoso. Tem um trabalho bacana no rádio, inovou no segmento e é reconhecido por isso. Sinceramente, não lembro dele como prefeito, na época não me ligava em política.

Só que eu não tinha como ficar calado diante do que tenho visto na campanha do candidato. Ele tem dito e repetido que não acredita em pesquisa!!  Tem usado um argumento raso, lastreado por situações passadas em que resultados de pesquisas eleitorais foram manobrados e avaliados de forma tendenciosa. Quem sabe aquelas trapalhadas não foram geradas por um erro grotesco na análise dos dados?? De uma forma ou de outra, não consigo conceber que Mário esteja sendo verdadeiro na sua fala!

Nas escolas de administração se ensina que a pesquisa é a principal ferramenta na tomada de decisões. Se ensina que a pesquisa feita de forma responsável, fundamentada em princípios científicos, não erra. Mário é administrador de formação, é empresário, sabe que está faltando com a verdade. Para mim, a única justificativa para ele usar esse argumento é muito dura. Quase um “murro na boca do estômago”! Atenta contra a percepção que tenho do candidato, construída ao longo da minha relação com ele como ouvinte - não consigo conceber que um cara como Mário se submeta a usar um discurso frágil, superficial, falso, por orientação da sua equipe de campanha. Não, esse não é o Mário.

Se os institutos de pesquisa têm suas credibilidades passíveis de questionamento, “são outros quinhentos reais”. Se existem “profissionais” e empresas de pesquisa  que não conhecem a ética e se submetem a “maquiar” números para atender aos “estrategistas” e seus clientes, a conversa não é por aí. Se tem um bando de gente se aventurando a fazer o que não sabe (nossa, o mercado tá cheio desses "técnicos"!), a discussão então é outra. Aliás, uma boa discussão!!!! Agora, que a pesquisa acerta, isso acerta.  Questionar a pesquisa é duvidar da ciência. E isso não tem cabimento. Principalmente quando se trata de alguém instruído, preparado.

Alguém chama Mário aí? Preciso lembrar que na rádio ele criticava tanto os tais "factóides"...

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Apagão de ideias

O período eleitoral começou, mas eu confesso que aqui em Salvador, nas campanhas para prefeito, até agora não vi nada de diferente. Muito pelo contrário, achei que está tudo muito igual. 

Não vi nenhum trabalho mais elaborado de construção de marca e conceito. As criações se limitaram ao uso de fontes e cores. Espero que com o programa eleitoral gratuito na TV e no rádio, possa me deparar com algo que faça a diferença, que chame a atenção.

Talvez esse apagão se justifique por conta de algo que já venho falando há um certo tempo. Na minha humilde opinião, o que faz a diferença em campanhas é o envolvimento do profissional de marketing no dia-a-dia da disputa. Pelo menos nos trabalhos que faço, prezo por isso. Do mesmo jeito que só oriento decisões fundamentadas em dados científicos, obtidos através de pesquisas eleitorais sérias. Não abro mão de só entrar se for pra ser de "corpo e alma" no processo. Se não for assim, prefiro não fazer o trabalho.

Mas acho que a maior parte das agências ou profissionais da área não comunga da mesma opinião. A grana fala mais alto, se enchem de campanhas e no final tudo termina se parecendo, quando não são iguais. Ridículo! Porém sou otimista. Acredito que ainda dá tempo de ver belos trabalhos. E que mesmo faltando pouco mais de 60 dias para as eleições, vou me surpreender. Assim espero. 

E como esse é um blog das minhas viagens, vendo umas placas na Paralela, viajei.... Poluição sonora? Rua esburacada? Chame Mário! Super Mario.... lembrei na hora.....


Já em relação às campanhas para vereador, queria destacar a do meu amigo Eliezer Cruz. Posicionamento certeiro, estética clean. Um "produto" preparado, sério, competente e boa praça. Só poderia dar nisso. Uma campanha muito bacana. E ainda nem vimos ele discursando ou falando no programa eleitoral gratuito! Aí é que vocês vão ver um show de comunicação!! Com um produto desses, dá gosto ser profissional de marketing político.





sexta-feira, 13 de julho de 2012

Ato Supremo


Hoje, 13 de julho. Além de ser o Dia Mundial do Rock, é aniversário de Henrique, meu filho. 15 anos. Ele estava sem surfar desde que viajou pros EUA. Um mês sem o mar, sem a água salgada, sem as ondas. Como a máquina de ondas está ligada aqui em Salvador, decidimos ir na praia bem cedo.
Mar liso, vento zero, solzão nascendo, ondas. Tinha uma correnteza forte puxando pra fora, mas isso é o de menos. Surfamos algumas ondas, e na saideira vi Henrique dropar uma esquerda linda, a onda abriu toda. Ele saiu lá na frente gritando. Tubo! Momento mágico, que só quem surfa pode sentir. Yemanjá, Netuno, Posseidon, sei lá! Só sei que Deus mandou pra meu filho um tubo de presente! Presentaço!
Na volta pra casa, esperando Henrique comprar o pão, ligo o rádio e ouço Ricardo Boechat falando da falta de alinhamento dos governos de Dilma e Wagner. A presidente afirmou em discurso que o PIB não mede o nível de desenvolvimento de uma nação. Segundo ela, o que deve se observar é o cuidado do país com as suas crianças e adolescentes.
Boechat comentou que acredita que Wagner deveria pedir a Dilma para interceder e tentar uma solução. Mais de três meses sem aulas, não tem mais cabimento. Perfeito. Continuando o comentário, ele diz que os professores, em um “Ato Supremo” deveriam voltar às suas atividades e tentar conversar com o governador com as aulas restabelecidas.
Na boa, gosto de Boechat, mas aí eu não concordo. Um desgaste enorme, ano letivo comprometido, pra não avançar em nada? Nada de Supremo. Discutir de forma ampliada a educação, aí sim um “Ato Supremo”. Rever de forma profunda o que deveria ser a base da nossa nação.
Parêntesis para a definição de Supremo: “adj. Que está acima de tudo: dignidade suprema. Que pertence a Deus; celeste, divino: a suprema justiça. O principal, o mais importante: este é o instante supremo. Último, derradeiro: o momento, a hora suprema.”
O tubo é supremo. O Rock também. De resto...

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Sincronicidade ou sinais? Ou os dois?

Cachoeira do Poço da Árvore, Vale do Pati, Chapada Diamantina.
Beleza. Ontem, do nada, Cissa resgata fotos dos Vales do Pati e do Capão. Apesar da ligação com o mar, gostamos de recarregar as baterias nesses locais. Ultimamente estávamos repetindo o ritual de iniciar o ano com uma temporada na Chapada. Mas esse ano não rolou.... 

Beleza 2. Cissa vai dormir e eu vou assistir a um documentário sobre a trajetória de Lyoto Machida, lutador do UFC. Gostei de conhecer mais sobre a vida do "The Dragon". Mas um ponto me chamou a atenção. Em um dado momento do programa ele faz uma palestra para motivar para jogadores do Payssandu, Lyoto é de Belém do Pará. E aí ele manda: "A técnica vence a força. E o espírito vence a técnica". Fiquei com isso na cabeça.... Seguindo essa lógica, precisamos estar bem resolvidos espiritualmente para encarar qualquer luta...  

Beleza 3. Estou lendo um livro bacana, "Peregrinos do Sol - A arte da espada samurai", de Luiz Kobayashi, indicação do meu brother, professor João Chaves, mestre de Aikidô. Livro denso, muita informação nova, mas estou gostando. Essa ambiência oriental me atrai. Dentre as muitas informações, o livro traz uma reflexão sobre a importância da espiritualidade e religiosidade para o povo oriental, em especial para os samurais. O livro é construído no universo da arte da espada samurai....

Mas a conversa de Lyoto ficou a noite de ontem e o dia de hoje na minha cabeça. Fui pesquisar. Olhem o que achei: “Entre a força e a técnica, vence a técnica. Se a força e a técnica forem iguais, vence o Espírito.” Miyamoto Musashi. Bingo! Musashi foi um guerreiro muito admirado no Japão, buscou a perfeição através da espada samurai! É considerado um herói por aquelas bandas.

Sincronicidade é a palavra! Sinais de que por mais que sejamos negligentes, sempre dá tempo de buscar tirar o atraso e trabalhar nosso espírito.

Precisamos ir no Vale do Capão.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Welcome to the jungle



Cheguei ontem de Floripa. Deprimi.

Pelo meu ipod, no desembarque em Salvador, Axl Rose com sua voz metálica me perguntou, já dando a resposta: “You know were you are? You are in the jungle baby! Nossa!!! Como uma verdade pode doer assim?

Eu sempre acreditei que poderia modificar para melhor as pessoas com quem me relaciono, os locais que frequento. Talvez por isso tenha direcionado parte das minhas atenções profissionais para o marketing político. Modéstia à parte, tenho 100% de aproveitamento nessa praia. E isso me dá tranqüilidade para falar sobre o assunto.

A minha cidade está abandonada, é verdade. Mas também é verdade que ela é linda e tem jeito. No que pese que esse jeito é demorado que só..... temos problemas sérios de base. Somos mal resolvidos socialmente. Nosso povo é mal educado. Muito mal educado. Talvez quando o Governador decidir trazer os professores que estão em greve para a sala de aula, discutir e reformar drasticamente a educação, depois de umas três gerações possamos fazer uma comparação com Floripa. Gente, é bom lembrar que estou falando de educação. Não estou levando em conta alegria, hospitalidade. Pelo amor de Deus...

Se formos comparar com outra "nópolis", como é o caso de Lamópolis, uma cidade imaginária, do interior da Bahia, aí a depressão é dobrada, triplicada. Lamópolis é uma pobre cidade rica. Lá a incompetência impera. Incompetência de quem vota. E de quem é votado. Tudo fruto da falta de educação. Não posso avaliar o processo político de Floripa, mas estudei profundamente a política de várias cidades. Analisar Lamópolis é muito fácil. Aliás, esquecem que ensino e faço pesquisa. Tenho informação de um monte de localidades.

Lá em Lamópolis o poder uma vez tá na mão de um. Outra vez tá na mão de outro. Parece até a música de Magary, “um depois, um depois, um depois do outro”. E ultimamente tem mudado de direção por muito pouco. É justamente nos casos de política polarizada, rachada, dividida no meio, que o trabalho do profissional de marketing político faz a diferença. É incrível como as pessoas são incapazes de enxergar isso. Ou então enxergam de forma embaçada.

Digo sempre aos meus alunos que marketing político não ganha eleição. Ele apenas amplia resultados. Traduzindo: com um bom profissional fazendo a sua campanha, se você for ganhar, ganhará com mais frente. Se for perder, perderá com uma margem menor.

Fico querendo falar mais. Mas não vale a pena. Pelo menos por enquanto não. Falta educação para entender esse processo. E como diz Cissa, é melhor esperar lá na curva. Enquanto isso, vamos curtindo a nossa jungle.

Um axé

quarta-feira, 13 de junho de 2012

É verdade. A Bahia é diferente.



Esperava inspiração para escrever novamente pro blog. Ela andava sumida... mas hoje ela veio. Acho que foi Santo Antônio. Acordei cantando “Subi glorioso incenso, até o trono do Altíssimo.....” 13 de junho é dia de Santo Antônio, protetor dos pobres. Diz a lenda que também dá um empurrão em encalhadas e encalhados. Ele é também o santo casamenteiro.

Quem me conhece sabe que sou interessado em questões ligadas à religiosidade. E quando elas aparecem entrelaçadas com questões mercadológicas, aí eu gosto muito mais!

Antes do trabalho, como de costume, liguei a TV para assistir ao Jornal da Manhã. E sem precisar exercitar minhas habilidades de “O Astro”, esperei a cobertura ao vivo da missa de Santo Antônio, com aquele velho formato – explicar quem foi o santo, de onde veio, as tradições, graças alcançadas, programação dos festejos.... todo ano, a mesma coisa. Cissa me ensinou que no meio jornalístico essas reportagens são chamadas de “requentadas”....

A matéria chegou ao final. Tudo igual, todo ano. Mas no final, o Grand Finale! Provavelmente grande parte da audiência nem se tocou. Mas eu vi! Sou insuportável nesse aspecto! E a velha máxima foi validada. Visualize a cena:

Música de Roberto Carlos, “Como é grande o meu amor por você”, cantada por toda a devoção. Câmera fecha em um homem negro, devoto fervoroso. O homem é um dos muitos Antônios (ele foi entrevistado). Ajoelhado, com uma imagem de Santo Antônio nas mãos, ele chora e canta ao mesmo tempo. Sua camisa de botões está parcialmente aberta, faz calor na igreja. No seu pescoço, uma linda guia azul-marinho. Ogum também está no comando! ÒGÚN YÈ!!

É verdade. A Bahia é diferente. Aqui existem pessoas que vão à missa de manhã e batem atabaque no terreiro de candomblé à noite...

Salve Antônio! Salve Ogum! Salve a tolerância!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O tanto que aprendi

No final de 2011, mais precisamente dia 13 de dezembro, fez um ano que retornei de minha temporada em Angola. Depois de postar o link do meu blog no Facebook, só para registrar o “aniversário”, quase que imediatamente (aliás ele sempre está online), o amigo Robinson Amorim sugeriu que eu fizesse um último post. Para fechar de vez, já que não sabia que não retornaria para a África, e deixei blog em modo pausa. Um ano parado.
Na África aprendi muito.
Aprendi que “miséria é miséria em qualquer canto”. E que “riquezas são diferentes”. A fome, a pobreza, a falta de acesso à educação e à saúde daqui são “arraias miúdas” comparadas às de Angola. Nada está tão ruim que não possa piorar.
Aprendi que capoeira e candomblé são brasileiros, não são africanos. Definitivamente são frutos da mistura de influências negras e índias que formaram a base do nosso povo.
Aprendi que a guerra deixa seqüelas físicas, psicológicas e culturais. As duas últimas são muito mais duradouras que a primeira.
Aprendi que a musicalidade, a alegria, hospitalidade do nosso povo, essas sim, são heranças africanas.
Aprendi que tudo o que falam sobre o poder de capilarização da Igreja Universal do Reino de Deus é a mais pura verdade. O Bispo sabe mais marketing do que muito doutor desses que estão por aí!
Aprendi que por mais adultos que sejamos, minha mãe precisa ter sempre o controle da situação para ficar bem. Aprendi que estava errado, pois achava que quem precisava se sentir no controle era meu pai! Estava enganado.
Por falar em meu pai, aprendi que ele participou e participa muito mais do que eu imaginava na formação do meu eu.
Aprendi que Cissa e Henrique são fortes e parceiros. Enfrentaram com maestria a dor da saudade.
Aprendi que a fruta só dá no tempo. Fui tão longe, para ficar tão perto.
Aprendi que o Jiu Jitsu é algo que me faz muito bem, apesar de eu não ter dado muita atenção a isso ao longo dos anos. Por isso, meu segundo mestrado será na Arte Suave, com dia e hora para acontecer.
Aprendi que tenho mais amigos que imaginava. E também aprendi que muitas pessoas gostam de mim e me acompanham de longe.
Aprendi que a escrita me faz bem.
Aprendi que posso ficar um tempo sem surfar, sem o mar. Só que não pode ser por muito tempo....
Fui para Angola ser professor. Só que aprendi muito mais do ensinei.