terça-feira, 19 de junho de 2012

Welcome to the jungle



Cheguei ontem de Floripa. Deprimi.

Pelo meu ipod, no desembarque em Salvador, Axl Rose com sua voz metálica me perguntou, já dando a resposta: “You know were you are? You are in the jungle baby! Nossa!!! Como uma verdade pode doer assim?

Eu sempre acreditei que poderia modificar para melhor as pessoas com quem me relaciono, os locais que frequento. Talvez por isso tenha direcionado parte das minhas atenções profissionais para o marketing político. Modéstia à parte, tenho 100% de aproveitamento nessa praia. E isso me dá tranqüilidade para falar sobre o assunto.

A minha cidade está abandonada, é verdade. Mas também é verdade que ela é linda e tem jeito. No que pese que esse jeito é demorado que só..... temos problemas sérios de base. Somos mal resolvidos socialmente. Nosso povo é mal educado. Muito mal educado. Talvez quando o Governador decidir trazer os professores que estão em greve para a sala de aula, discutir e reformar drasticamente a educação, depois de umas três gerações possamos fazer uma comparação com Floripa. Gente, é bom lembrar que estou falando de educação. Não estou levando em conta alegria, hospitalidade. Pelo amor de Deus...

Se formos comparar com outra "nópolis", como é o caso de Lamópolis, uma cidade imaginária, do interior da Bahia, aí a depressão é dobrada, triplicada. Lamópolis é uma pobre cidade rica. Lá a incompetência impera. Incompetência de quem vota. E de quem é votado. Tudo fruto da falta de educação. Não posso avaliar o processo político de Floripa, mas estudei profundamente a política de várias cidades. Analisar Lamópolis é muito fácil. Aliás, esquecem que ensino e faço pesquisa. Tenho informação de um monte de localidades.

Lá em Lamópolis o poder uma vez tá na mão de um. Outra vez tá na mão de outro. Parece até a música de Magary, “um depois, um depois, um depois do outro”. E ultimamente tem mudado de direção por muito pouco. É justamente nos casos de política polarizada, rachada, dividida no meio, que o trabalho do profissional de marketing político faz a diferença. É incrível como as pessoas são incapazes de enxergar isso. Ou então enxergam de forma embaçada.

Digo sempre aos meus alunos que marketing político não ganha eleição. Ele apenas amplia resultados. Traduzindo: com um bom profissional fazendo a sua campanha, se você for ganhar, ganhará com mais frente. Se for perder, perderá com uma margem menor.

Fico querendo falar mais. Mas não vale a pena. Pelo menos por enquanto não. Falta educação para entender esse processo. E como diz Cissa, é melhor esperar lá na curva. Enquanto isso, vamos curtindo a nossa jungle.

Um axé

quarta-feira, 13 de junho de 2012

É verdade. A Bahia é diferente.



Esperava inspiração para escrever novamente pro blog. Ela andava sumida... mas hoje ela veio. Acho que foi Santo Antônio. Acordei cantando “Subi glorioso incenso, até o trono do Altíssimo.....” 13 de junho é dia de Santo Antônio, protetor dos pobres. Diz a lenda que também dá um empurrão em encalhadas e encalhados. Ele é também o santo casamenteiro.

Quem me conhece sabe que sou interessado em questões ligadas à religiosidade. E quando elas aparecem entrelaçadas com questões mercadológicas, aí eu gosto muito mais!

Antes do trabalho, como de costume, liguei a TV para assistir ao Jornal da Manhã. E sem precisar exercitar minhas habilidades de “O Astro”, esperei a cobertura ao vivo da missa de Santo Antônio, com aquele velho formato – explicar quem foi o santo, de onde veio, as tradições, graças alcançadas, programação dos festejos.... todo ano, a mesma coisa. Cissa me ensinou que no meio jornalístico essas reportagens são chamadas de “requentadas”....

A matéria chegou ao final. Tudo igual, todo ano. Mas no final, o Grand Finale! Provavelmente grande parte da audiência nem se tocou. Mas eu vi! Sou insuportável nesse aspecto! E a velha máxima foi validada. Visualize a cena:

Música de Roberto Carlos, “Como é grande o meu amor por você”, cantada por toda a devoção. Câmera fecha em um homem negro, devoto fervoroso. O homem é um dos muitos Antônios (ele foi entrevistado). Ajoelhado, com uma imagem de Santo Antônio nas mãos, ele chora e canta ao mesmo tempo. Sua camisa de botões está parcialmente aberta, faz calor na igreja. No seu pescoço, uma linda guia azul-marinho. Ogum também está no comando! ÒGÚN YÈ!!

É verdade. A Bahia é diferente. Aqui existem pessoas que vão à missa de manhã e batem atabaque no terreiro de candomblé à noite...

Salve Antônio! Salve Ogum! Salve a tolerância!