Esperava inspiração para escrever novamente pro blog. Ela andava sumida... mas hoje ela veio. Acho que foi Santo Antônio. Acordei cantando “Subi glorioso incenso, até o trono do Altíssimo.....” 13 de junho é dia de Santo Antônio, protetor dos pobres. Diz a lenda que também dá um empurrão em encalhadas e encalhados. Ele é também o santo casamenteiro.
Quem me conhece sabe que sou interessado em questões ligadas à religiosidade. E quando elas aparecem entrelaçadas com questões mercadológicas, aí eu gosto muito mais!
Antes do trabalho, como de costume, liguei a TV para assistir ao Jornal da Manhã. E sem precisar exercitar minhas habilidades de “O Astro”, esperei a cobertura ao vivo da missa de Santo Antônio, com aquele velho formato – explicar quem foi o santo, de onde veio, as tradições, graças alcançadas, programação dos festejos.... todo ano, a mesma coisa. Cissa me ensinou que no meio jornalístico essas reportagens são chamadas de “requentadas”....
A matéria chegou ao final. Tudo igual, todo ano. Mas no final, o Grand Finale! Provavelmente grande parte da audiência nem se tocou. Mas eu vi! Sou insuportável nesse aspecto! E a velha máxima foi validada. Visualize a cena:
Música de Roberto Carlos, “Como é grande o meu amor por você”, cantada por toda a devoção. Câmera fecha em um homem negro, devoto fervoroso. O homem é um dos muitos Antônios (ele foi entrevistado). Ajoelhado, com uma imagem de Santo Antônio nas mãos, ele chora e canta ao mesmo tempo. Sua camisa de botões está parcialmente aberta, faz calor na igreja. No seu pescoço, uma linda guia azul-marinho. Ogum também está no comando! ÒGÚN YÈ!!
É verdade. A Bahia é diferente. Aqui existem pessoas que vão à missa de manhã e batem atabaque no terreiro de candomblé à noite...
Salve Antônio! Salve Ogum! Salve a tolerância!
Heitor,querido: gostei do retorno ao blog. Seu avô dizia que não existe inspiração. O que importa é o exercício diário da produção de textos. Se você cria o hábito de escrever quase que diariamente, tudo flui com mais facilidade.Parabéns! Beijos
ResponderExcluirMemélia
Conheço alguém que, de vem em qdo, acende velas para o Anjo Guardião e Santo Antônio, joga presentes para Iemanjá e é espírita... e continuará assim enquanto nenhum mal lhe causar.
ResponderExcluir(Eu)
Fantástico! não conhecia seu blog e nem do interesse em religião, algo que me interessa bastante também, mais tenho dificuldades de discutir por não ter pessoas próximas interessadas. A minha professora do mestrado é pesquisadora em religião também. O cotidiano sóciocultural e mercadológico é bastante interessante e analíticamente poddemos fazer sempre novas descobertas. Não poderia ser mesmo diferente Heitor, a Bahia sempre vai "dubiar" a fé, e o melhor é que sempre irá ter retorno de alguma divindade. Salve! Salve!
ResponderExcluirAgô!
Conheci a America, o Pacífico e parte da Asia, e continuo apaixonado pela Bahia. O povo sofre com violência, pobreza, políticos ordinários, e ainda sim se permite misturar com tamanha entrega.
ResponderExcluirÉ verdade, a Bahia é diferente, e eu me orgulho de ser baiano pa cara$%&.
Acredito em coisas que nos fazem bem espiritualmente, que nos trazem tranquilidade e paz de espírito. Católica de batismo, creio num ser "supremo", mas Aprecio outras religiões, que atraem minha admiração e meu respeito, da mesma forma que sou amante da matriz africana e frequento Centro. Não concordo com fanatismo ou qualquer obrigação. Somos miscigenados também nas crenças.
ResponderExcluirRosiane Borges