segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Pausa

Como já cheguei no Brasil, derei um tempo no blog e só volto a escrever quando retornar para Angola.

mode#pause.......

Beijo grande, mais tarde vou comer um acarajé.....

sábado, 11 de dezembro de 2010

Mercado do Benfica

Alguém sabe onde fica um mercado que tem nome português, aparência de um centro comercial persa, aceita outras moedas e coisas como moeda? Fica aqui em Angola, é o Mercado do Benfica.     
O processo de retorno para o Brasil é longo. Pela distância, pelas dificuldades de logística. Chegamos em Luanda e aproveitamos a tarde para visitar o Mercado do Benfica, um centro de artesanato bem legal.
Feiras de artesanato são sempre muito parecidas. Só que rondando por aqueles corredores, vi que o Benfica tem algumas particularidades. Primeiro pela estética das peças. Na moral, é muito legal! Fiche mesmo! Cada peça daquela tem significado, tem história. Máscaras, pensadores, animais. Gostei muito!!!
Outra coisa que me chamou a atenção é o tratamento diferenciado com brasileiros. Óbvio que existe assédio, mas longe de ser daquele jeito que é feito no Mercado Modelo ou Igreja do Bonfim. E o brasileiro aqui é irmão, parceiro.
Só que a minha maior alegria foi perceber que o manto sagrado do Tricolor de Aço é conhecido e valorizado!!!! Recebi várias propostas para trocar minha camisa do Bahia. Todo mundo queria! Os angolanos adoram futebol, adoram colorido. E quando viram o selo de produto licenciado ficavam eufóricos, já que a pirataria não é privilégio apenas do nosso país. Recebi também várias encomendas de “camisolas de equipas” brasileiras e já vi que se voltar lá a moeda pode ser essa.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Quem foi Naninha?!

Discutia umas coisas com Rick a pouco no msn e ele me perguntou porque eu não escrevia sobre aquela nossa reflexão no blog. Aceitei a sugestão do meu filho.   
Vamos lá..... Nossas aulas de Jiu Jitsu em Angola surgiram através de uma proposta de extensão, aberta para alunos, funcionários, comunidade.
Jiu Jitsu se pratica com kimonos, mas existe uma outra possibilidade de treino chamada “No Gi”, ou seja sem kimono. O nosso treino aqui é “No Gi”, não para tirar onda, e sim porque não temos kimonos! A galera não tem cultura de arte marcial, nem grana para comprar kimono, e nem se acha para comprar por aqui! Eu não vi...
Pois bem, hoje, depois do treino, que por sinal só faz encher, cada dia aparece mais gente, um aluno perguntou quando eu iria e voltava do Brasil. Respondi. E ele me perguntou se eu poderia trazer um par de sandálias Havaianas para ele. Da original. Made in Brazil. A da bandeirinha. Aqui só tem réplica, e “muito da vagabunda”. “Mas professor, tem que ter escrito, fabricada no Brasil”.
Disse a ele que trarei. Claro que trarei! Aliás, naquele momento decidi trazer vários pares. Mas aquele pedido me fez viajar longe, muito longe. Me tocou profundamente.
Primeiro foi a questão da riqueza, dos valores mesmo. Perdemos tanto tempo das nossas vidas atrás de coisas fúteis. Vivemos correndo atrás de dinheiro. De artigos de luxo. De um monte de coisas que achamos que irão nos completar, nos fazer felizes. E nem sempre isso é verdade. Enquanto isso, na Sala de Justiça, um garoto angolano, que não tem um kimono prá treinar, com certeza deve ter muito pouca coisa até para comer e para vestir, quer sandálias Havaianas.  
Isso é uma chacoalhada nas crenças de quem coloca sempre o dinheiro em primeiro lugar. Reforço o que já disse no blog – eu aprendi muito mais do que ensinei aqui na África. Não tem nem graça essa comparação.
Portanto senhoras e senhores, se vocês andam “pilhados” atrás do Real, parem e pensem bem. Dinheiro é ótimo, ajuda e muito. Mas o que você realmente está fazendo pela sua felicidade?  Tem ajudado ao próximo? Tem pensado no meio ambiente? Tem dado exemplo? Tem feito o bem?
Depois entrei em outro processo, o mercadológico. Vejam a força e a amplitude que pode ter essa marca. Quem foi naninha?! Uma simples sandália de borracha. Virou marca desejada, copiada. Ganhou o mundo. Encanta e virou símbolo de status.  É um case de sucesso de marketing. Reposicionamento monstruoso. Comento sempre com os alunos sobre essa história de sucesso.
Só que não imaginava que justamente um pedido de sandália Havaianas iria me derrubar. Ou já que estamos em clima de tatame, me finalizar.
Ossssssss

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Mais um sobre mercado

 Já faz um tempo que estou para escrever mais um post sobre o mercado local e suas características específicas. Faltavam as fotos, mas agora foi.
MBanza Kongo tem dois postos de gasolina. Aqui eles chamam de bombas. É muito comum  não ter combustível por períodos longos. Da última vez ficaram 15 dias sem combustível para vender. Aí os caras colocam cones nas entradas dos postos e quando você pergunta se já chegou gasolina eles respondem “ainda”. Ainda aqui é uma forma de negar. Usam como usamos o nosso “aonde?”. Passei um tempo para entender e me acostumar com  o “ainda”.
Quando um produto falta no mercado é natural que o seu preço suba. Exercício do óbvio. Lei da oferta e da procura. E aqui o óbvio se processa de outra forma: câmbio negro. Falta produto no posto, sobra no paralelo. Aqui não falta combustível vendido na rua, em garrafas pets de 2 litros, ou você pode também levar o seu “bidon” (vasilhames maiores). Você teria coragem de abastecer o seu carro no mercado paralelo de Mbanza Kongo????
Gasolina e diesel em garrafas pet e bombonas


Mais um posto de gasolina, vizinho da filial da Centauro!
Vi em uma matéria da TV local que mais de 90% dos celulares de Angola são pré-pagos. Telemovel aqui só no saldo! Até aí, tudo bem. O país é pobre, necessidades básicas ainda por serem atendidas. Seria difícil ter celular pós-pago. Maslow dizia que um sujeito só avança na sua pirâmide das necessidades na medida em que as necessidades básicas estiverem satisfeitas.   

Logo quando cheguei, vi muitos locais com essa configuração de negócio.
Ponto de recarga
Imaginava que eram locais para se fazer recarga. Passou.
Só que a recarga daqui não é a recarga daí.  Recarga daí, aqui é saldo!!!!! É isso mesmo, na rua existem muitos pontos para recarregar a bateria do celular. Porque a maioria esmagadora das casas não tem luz. Nesse ponto, é possível também fazer ligações de um celular, como se fosse o nosso orelhão, por 30 kwansas, mais ou menos 40 centavos de dólar, menos de 1 real o minuto. É, Maslow deu uma derrapada aqui.... também tem tanta lama..... desculpe vou refazer a frase..... também tem tanto lodo.....
Coisas que só se vê em Angola.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Não tinha como ficar calado.

Sei que a queda do vice representa uma perda grande para o futebol da Bahia. Sinto pelo meu velho avô Ferrari, torcedor do leãozinho. Sinto pela minha mãe, que só tem esse defeito, e pelos meus tios e primos Ferrari, quase todos sofredores sem título. Sinto muito pelo meu amigo e cumpadi Beto, por Jorge William. Sinto ainda, pelos meus poucos primos Marback que insistem em não seguir o Tricolor de Aço, tradição da família.

Mas não tinha como ficar calado nesse domingo sem post! Pelo menos em 2011, esse povo vai ter que engolir o meu Bahêa. Bi brasileiro, na série A, grande! Eles na B, sem título.

Um dia é da caça, o outro é do elevador. kkkkkkkkkkkkkkkk

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Contagem regressiva... 10, 9, 8....

Cissa sempre fala que o melhor de viajar é voltar prá casa. Sou obrigado a concordar. E incluir nesse pensamento dela “um plus a mais”, como dizem uns e outros... A expectativa, a regressiva para a volta para casa é massa! Como volto dia 13, só faltam dez dias. Amanhã 9. E já já estou na área!!!! OBA!
Nesses meses de trabalho na África aprendi mais do que ensinei. Não tenho nenhuma dúvida disso. O que consegui colocar no papel e compartilhar com vocês no blog é só uma pequena parte. Cada dia é uma descoberta, uma viagem. Sairei de Angola com o sentimento que preciso ensinar muito para compensar o que aprendi aqui. Sério mesmo.
Estar longe da família e da minha terra me faz refletir e resgatar muitas coisas. Pessoais, profissionais, espirituais. Mas confesso que ainda não descobri quais questões tenho para resolver. Meu amigo Sandro Salum me disse que são questões internas e pessoais apenas. Pode até ser que você esteja certo em parte, mas percebo que deve ter algo maior, Max. Não é possível que esteja só em mim!
Como a fruta só dá no tempo certo, vou voltar pra casa, namorar com Cissa, pegar onda com Henrique e talvez com Beto, correr com Chang, dar uns treinos de Jiu Jitsu com os parceiros da equipe de Zé Mário, recarregar as baterias uns dias no Vale do Capão (meu futuro endereço), comer um acarajé, jantar uma massa na casa dos meus pais e rever todo o povo de um lado, ir a Arembepe dar muita risada, contar histórias e rever o povo do outro lado.... vixe, tem é coisa para fazer! Vou ter que me virar. E se a fruta não amadurecer, volto para Angola, com gás renovado. E vou trabalhar.
Já falei que tenho minhas metas, que vou correr atrás delas. Para finalizar, lembrei de Duda Mendonça em uma palestra mostrando um comercial genial que ele fez usando essa historinha africana:
"Todos os dias de manhã, na África, o antílope desperta.
Ele sabe que terá de correr mais rápido do que o mais veloz dos leões, para não ser morto.
Todos os dias, pela manhã, desperta o leão.
Ele sabe que terá de correr mais rápido que o antílope mais lento, para não morrer de fome.
Não interessa que bicho você é, se leão ou antílope.
Quando amanhece, é melhor começar a correr!"

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O fácil está feito.

Mantenho um relacionamento com o Jiu Jitsu há muito tempo. Mas nunca estive tão focado como agora. Outro dia falava com o meu mestre e amigo Zé Mário pelo Facebook e ele disse que só eu vindo para Angola para levar os treinos a sério. Não se contesta a sabedoria do mestre. Até porque ou levo a sério ou não tem quem puxe o treino....

A verdade é que sempre dei prioridade a outras coisas, mesmo tendo plena convicção do quanto estar no tatame me faz bem. Isso é passado, não dá para voltar e consertar. Dá sim, para fazer bem feito agora e colher bons frutos no futuro. Logo farei 45, quero minha faixa preta!!!! O caminho é longo, mas o fácil tá feito!

Minhas aulas de Jiu Jitsu em território africano estão sendo muito legais. Exercito a parte técnica, ensino ao pessoal do instituto e não deixo de lapidar a prática de dar aulas, só que no tatame. O meu personal Bruno Oliveira tem me auxiliado a preparar as aulas, dado dicas importantes. 

E no final das contas, tenho tentado sempre mostrar que Jiu Jitsu é a Arte Suave, não se deve fazer força e sim usar a cabeça. Sempre. O mais bacana disso é poder mostrar para os alunos que podemos levar esse aprendizado para a vida.


Alunos brasileiros e angolanos no Jiu Jitsu de Mbanza Kongo.

Faça o que te faz bem. Faça o bem para as pessoas. E tudo vai conspirar ao seu favor.

Osssssss