terça-feira, 2 de outubro de 2012

Peru de fora....




Vou contrariar o ditado português que estabelece que "Peru de fora não se manifesta". Não sou de me calar, muito pelo contrário... Peru de fora opina, critica e ainda faz previsões!!!


Estou envolvido em processos eleitorais desde sempre. Aprendi o pouco que sei de marketing político, ainda como estudante da graduação, na campanha para presidente que mudou a cena da política deste país. Tenho 100% de aproveitamento nas campanhas de prefeito, vereador e defensor público geral que dirigi. E não foram poucas. Participei de campanhas de governador e senador fora da Bahia, todas vitoriosas. Conduzi pesquisas de intenção de voto (perdi as contas de quantas) e nunca errei, pois sempre fui profissional e rígido com a metodologia e com a ciência. Formo um trio de trabalho com duas pessoas fantásticas e importantíssimas nesse processo. Uma é Cissa Marback, minha esposa, jornalista de formação, um poço de criatividade e competência, uma capacidade monstruosa de conectar ideias e transformá-las em textos precisos e ajustados. A outra é Ney Cacim, meu amigo, ex-dentista, advogado, dinossauro da política estudantil. Uma máquina de pensar estratégia (principalmente as belicosas!), capacidade absurda de negociar e articular. Os quilômetros rodados me habilitam a dar a minha opinião. E vou começar a fazer isso agora!

Nessas eleições fiz apenas algumas pesquisas. Orientei alguns candidatos, amigos ou pessoas que penso merecerem a minha atenção. Mas não fui contratado por nenhum candidato. Tenho alguns palpites: 

1) fiquei caro;
2) os canibais atrapalharam;
3) os candidatos retrocederam e voltaram a achar o marketing político desnecessário.
Prefiro descartar a primeira opção, pois se evolui, o meu preço não pode ser o mesmo sempre. Certo?

A segunda alternativa é real, muitos bureaus de comunicação visual "atravessaram" os profissionais de marketing político e jogaram os preços lá pra baixo. Quem apostou nesse tipo de "consultoria" tá pagando pouco e vai ter em troca pouco. Aí não via dar mais tempo de reclamar.... anotem aí, vai ter gente chorando depois do dia 07-10... Não dá para comprar um Fusca (com todo respeito, eu adoro!!!) e esperar dele desempenho de Ferrari, óbvio!

Arrisco dizer que o terceiro ponto é quase uma afirmação. Tem candidato aí que acha que sabe tudo, que pode dar uma solução doméstica, se acham verdadeiros generais, conhecedores de estratégia em elevadíssima profundidade. Esses vão naufragar. Não dá para ser político e profissional de marketing político ao mesmo tempo. 

Só que o bicho vai pegar. O perfil do eleitor vem mudando. Os políticos não se deram conta. O trabalho de marketing político não é temporário, é permanente! Eles também não se deram conta! As campanhas, por conta do meu segundo palpite, ficaram todas iguais e frágeis. Eles não se deram conta. Errar na eleição, além de custar caro, custa o cargo ou pelo menos 4 anos afastado do poder, o que pode, inclusive, ser o "golpe de misericórdia", a "pá de cal" na carreira de um político. E definitivamente, um monte deles não se deu conta disso.

Mas uma coisa podemos combinar: a eleição é dia 07, domingo; na segunda eu já posso emitir propostas para as eleições de 2016 para qualquer candidato a prefeito do território nacional. E quem sabe começar a trabalhar já na terça! Porque campanha tem que ser permanente. E quem faz marketing político é profissional de marketing político. Ok?


8 comentários:

  1. O Brasil ainda aceita quase tudo de todos os lados!

    Vou te contar, viu... não sei se existe um padrão de marketing político para cada partido, pois as campanhas são parecidas em cada estado.

    Só sei que o mundo continua evoluindo e mudando junto com o perfil do eleitor (só não sei se na mesma direção).

    Por isso concordo que a melhor alternativa (inicialmente para os candidatos) é de se adequar à realidade atual e recorrer à melhor maneira de expor sua campanha, dispondo sempre do bom senso e da ética.

    Sucesso para vocês, profissionais de marketing político. Espero que suas palavras e ações venham inclusive dar um melhor direcionamento às ideias dos políticos quanto às suas propostas.

    (Fagner com F)

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    1. Querido Fagner! Antes de tudo, parabéns pelo texto primoroso de sempre! Você é fera nesse negócio, seria um bom redator publicitário....

      O perfil do eleitor está mudando, a tendência é que fiquem muito mais exigentes.

      Se depender de mim, pode esperar trabalho com critério e seriedade, sempre! Se quiser indicar o trabalho aí em Sergipe, fique à vontade!!!

      Um axé, meu rei! Heitor

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    2. Uau! Um elogio desse de sua parte, acabei me sentindo o eleito no dia 7 de outubro! (rsrs) Redator? Hum, gostei. É... Quem sabe um dia! :)

      Bom, de fato grande parte (ao que me parece) dos eleitores estão mais astutos e observadores. E espero que a tendência continue sendo essa (para o bem da nação).

      Ah, bem que aqui em Aracaju teria uma boa indicação para seus trabalhos. E não tenho dúvida de que você faria um excelente milagre! (Explico por e-mail.)
      Pena que estamos às vésperas das eleições.
      Mas, vou tentar entrar em contato para ver o que pode acontecer.

      Abração, meu querido mestre!

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    3. É sério Fagner... atuo nessa área faz tempo e a falta de redatores é gritante! Não encontramos facilmente no mercado quem tenha habilidade na escrita e capacidade criativa. Você tem o perfil, vá por mim!!!! Estou às ordens! E lembre que mkt político é ação permanente! esqueça isso de "estamos às vésperas"... Em relação à tendência, mandei outro dia um link com um estudo que abordava justamente isso. Você viu? Abraço, meu rei!

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  2. Muito bom!
    Concordo que hoje as campanhas são baseadas em pacotes de kit político do ano de "mil novecentos e volta lá atrás", como se o indivíduo não fosse capaz de analisá-las.
    Lamentável!Infelizmente não temos muitas opções e acabamos criando um escudo que nos diz que ninguém presta, mesmo.
    Pronto! Falei!

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  3. Obrigado por opinar, "Anônimo". É verdade, os kits são verdadeiros engradados... A desculpa que todos são iguais é uma saída adotada por muita gente. Pena que esses são eleitores que poderiam receber informação mais precisa, melhor elaborada, mas os engradados não permitem. Quem perde com isso? Abraço! Heitor

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  4. A Era Vargas foi precursora do Marketing Político aplicado no Brasil, esta fase representou uma mudança muito forte nas formas de se compreender o processo de se fazer política, isso, claro, comparando-se com o método "coronelista". Monti (2004).
    É lamentável que grande parcela dos candidatos brasileiros pratique a politicagem nas suas campanhas, por isso mesmo acham que podem dar conta da sua campanha eleitoral sozinhos, sem se preocupar em contratar um profissional para isso.
    Bom mesmo seria se as campanhas políticas não fossem baseadas na política de interesses pessoais, mas fossem fundamentadas no objetivo social e no interesse coletivo.

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    1. Elisângela, não trabalhei na Era Vargas, mas certamente foi um momento importante para entender como a comunicação aplicada na política pode fazer a diferença.... Sim, você está certa - enquanto ficarmos voltados para o próprio umbigo, vai ser difícil caminhar pra frente. Um axé, Heitor

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