segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Por favor, alguém chama Mário?


Preciso perguntar um negócio pra ele....

Até gosto de Mário Kértesz. Acho ele um cara inteligente, espirituoso. Tem um trabalho bacana no rádio, inovou no segmento e é reconhecido por isso. Sinceramente, não lembro dele como prefeito, na época não me ligava em política.

Só que eu não tinha como ficar calado diante do que tenho visto na campanha do candidato. Ele tem dito e repetido que não acredita em pesquisa!!  Tem usado um argumento raso, lastreado por situações passadas em que resultados de pesquisas eleitorais foram manobrados e avaliados de forma tendenciosa. Quem sabe aquelas trapalhadas não foram geradas por um erro grotesco na análise dos dados?? De uma forma ou de outra, não consigo conceber que Mário esteja sendo verdadeiro na sua fala!

Nas escolas de administração se ensina que a pesquisa é a principal ferramenta na tomada de decisões. Se ensina que a pesquisa feita de forma responsável, fundamentada em princípios científicos, não erra. Mário é administrador de formação, é empresário, sabe que está faltando com a verdade. Para mim, a única justificativa para ele usar esse argumento é muito dura. Quase um “murro na boca do estômago”! Atenta contra a percepção que tenho do candidato, construída ao longo da minha relação com ele como ouvinte - não consigo conceber que um cara como Mário se submeta a usar um discurso frágil, superficial, falso, por orientação da sua equipe de campanha. Não, esse não é o Mário.

Se os institutos de pesquisa têm suas credibilidades passíveis de questionamento, “são outros quinhentos reais”. Se existem “profissionais” e empresas de pesquisa  que não conhecem a ética e se submetem a “maquiar” números para atender aos “estrategistas” e seus clientes, a conversa não é por aí. Se tem um bando de gente se aventurando a fazer o que não sabe (nossa, o mercado tá cheio desses "técnicos"!), a discussão então é outra. Aliás, uma boa discussão!!!! Agora, que a pesquisa acerta, isso acerta.  Questionar a pesquisa é duvidar da ciência. E isso não tem cabimento. Principalmente quando se trata de alguém instruído, preparado.

Alguém chama Mário aí? Preciso lembrar que na rádio ele criticava tanto os tais "factóides"...

6 comentários:

  1. Gostei do texto, Heitor. Como sempre, claro e objetivo. Mas não concordo... Pelo menos no campo político. Não sou dessa área e não ousaria discutir o tema com você. Porém, penso que, em se tratando de política, a pesquisa PODE, sim, deixar de retratar o universo pesquisado, ainda que feita com seriedade! Especialmente em ''currais" eleitoriais ou redutos partidários, com certo resquício de coronelismo, clientelismo e outros ismos, as pessoas têm receio de responder a questionamentos, os eleitores têm medo de divulgar sua real intenção de voto, tudo para não serem identificados, não desagradar a A ou B, ou mesmo não perder alguma vantagem que recebe de determinado candidato... Agora, com uma coisa eu concordo: também não acredito que ele realmente seja verdadeiro em sua fala! Chame Heitor! Abraço! Robinson

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    1. Amigo Robinson, te respondi pelo Facebook, você viu? A questão, meu irmão, é que até para "fugir" dos "ismos" temos ferramentas, técnicas. Enfim, continuo achando que ele subestima a inteligência do eleitor, ou trata todos como ignorantes. Assassinar a ciência, é um crime hediondo, da pior espécie! Só fazendo um longão junto com você para discutirmos a pena.... Abraço, irmão!!!

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  2. " Um dos efeitos do medo é perturbar os sentidos e fazer que as coisas não pareçam o que são."
    Miguel Cervantes

    Acredito que o Mário e sua equipe de campanha,já estejam sentido esses efeitos.

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    1. Olá Anônimo! Obrigado pelo seu comentário. Cervantes estava certo, o medo nos deixa confusos. Porém nesse caso, acho que a pegada é outra.... Subestimar a ciência é complicado, não acha? Abraço, Heitor

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  3. Heitor, belo e muito preciso o seu texto. Lembro que Mario sempre disse a todos que não seria mais candidato, e mentiu como todos os outros Varelas da vida. Como sou mais idoso eu lembro que na época em que ele era prefeito, TODAS as pesquisas eram, no mínimo duvidosas e certamente compradas. Daí ele sair com essa de que não acredita. Chame Mario á atenção! Abraços. Milton Cruz

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    1. Obrigado Milton, bondade sua irmão! É, temos que puxar as orelhas do rapaz hehehehehe Abraço

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